Dois terços das PME europeias admitem não estar preparadas para enfrentar ciberataques, revela Kaspersky

Relatório da Kaspersky, “How cyberattackers are targeting SMBs in Europe and Africa in 2025”, apontou que 65% admitem ter uma estratégia que funciona melhor no papel do que na prática

Executive Digest
Novembro 5, 2025
12:22

A maioria dos responsáveis pela cibersegurança em pequenas e médias empresas (PME) na Europa reconhece não estar suficientemente preparada para proteger os seus negócios. Segundo o mais recente relatório da Kaspersky, “How cyberattackers are targeting SMBs in Europe and Africa in 2025”, 65% admitem ter uma estratégia que funciona melhor no papel do que na prática, ou que se limita a um conjunto de objetivos pouco articulados.

O estudo revela ainda que 33% das PME reconhecem falhas até em aspetos básicos, como a capacidade de resposta e resolução de incidentes, o que as deixa particularmente vulneráveis a ciberataques. Apenas 29% afirmam ter uma estratégia de cibersegurança totalmente implementada. A maioria — 66% — assume que a sua abordagem é parcial, teórica ou meramente declarativa. Em concreto, 48% afirmam que a estratégia está delineada mas ainda não foi posta em prática, enquanto 18% admitem trabalhar apenas com metas dispersas, sem um plano real.

De acordo com a Kaspersky, esta lacuna entre planeamento e execução traduz-se em fragilidades estruturais que comprometem a segurança diária das operações das PME europeias.

PME europeias continuam a ser alvo prioritário de ciberataques

A análise da Kaspersky mostra que, entre janeiro e abril de 2025, a Áustria concentrou 40% dos ataques detetados, seguida da Itália (25%) e da Alemanha (11%). Estes dados confirmam uma tendência crescente de ataques direcionados às PME que não dispõem de estratégias consistentes nem de recursos especializados.

A insegurança reflete-se também nas perceções dos próprios responsáveis de TI: 33% dizem precisar de melhorar a capacidade de resposta a incidentes e 31% duvidam da eficácia das suas soluções de proteção de endpoints. Além disso, 32% reconhecem lacunas na formação dos colaboradores, 26% admitem não saber exatamente que ferramentas necessitam, 23% desconhecem a legislação aplicável e 22% não têm visibilidade adequada sobre a cloud e as vulnerabilidades das suas infraestruturas.

A confiança nos parceiros também é limitada: 28% dos inquiridos duvidam que as avaliações de risco dos seus fornecedores correspondam à realidade.

Da teoria à prática: recomendações para reforçar a ciberresiliência

“Um dos erros mais comuns em cibersegurança é conceber estratégias que funcionam no papel, mas não na prática. A nossa investigação mostra que dois em cada três responsáveis de TI ainda não implementaram eficazmente as medidas planeadas, o que os deixa expostos a ataques cada vez mais direcionados às PME”, sublinha Oscar Suela, diretor-geral da Kaspersky Ibéria. “Para colmatar esta lacuna, as organizações devem integrar a cibersegurança nas operações, nas decisões e na cultura interna, construindo uma proteção coerente e sustentável contra as ameaças atuais”, acrescenta.

Para apoiar as empresas nesta transição, a Kaspersky recomenda medidas concretas como converter planos estratégicos em proteção operacional através do Kaspersky Next para PME, que integra soluções avançadas de EDR e XDR; reforçar a proteção em organizações com recursos de TI limitados com o Kaspersky Small Office Security; investir em formação e sensibilização contínua com a Plataforma Automatizada de Consciencialização em Segurança; e promover uma cultura de ciberresiliência em toda a organização.

Com estas abordagens, a Kaspersky defende que as PME poderão transformar a sua cibersegurança de um plano teórico para uma defesa prática, sólida e integrada.

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